Carta Aberta aos pais
CARTA ABERTA
Dos Profissionais da Educação Municipal de São Luís - MA
Às Mães, Pais, Responsáveis e Sociedade em Geral
Senhores(as), o presente e o futuro de seu filho estão em jogo. A luta
em defesa da escola pública também é responsabilidade sua.
Os Profissionais da Educação da Rede
Municipal de Ensino de São Luís vêm, por meio desta Carta, informar e dialogar
com as mães, pais e responsáveis sobre a GREVE GERAL que foi iniciada no último
dia 25 de maio, movimento que, infelizmente, volta a ocorrer devido a insensibilidade e intransigência do prefeito
Edivaldo Holanda Jr (PDT). Ressaltamos
que a greve é o instrumento legal e legítimo, assegurado pela Constituição
Federal de 1988 aos educadores, para fazer valer seus direitos. Sabemos dos
transtornos que a suspensão do trabalho educacional na Rede Municipal gera para
as mães, pais, responsáveis e para os alunos.
Não aceitamos a proposta de reajuste
salarial ofertada pelo prefeito Edivaldo Holanda Jr (PDT), bem como, não temos
mais condições de desenvolver nossas atividades pedagógicas na maioria das
escolas municipais, dado o estado de permanente insegurança e abandono em que
as mesmas se encontram. Negociamos com o governo desde fevereiro para evitar
mais uma paralisação na rede municipal de ensino da capital. Durante todo esse
período de negociação, o prefeito insistiu na sua proposta de reajuste parcelado. A princípio, foi proposto
pelo governo municipal um reajuste em 2 vezes... depois em 3 vezes... e agora um reajuste em 2 parcelas: sendo 5% em
junho, retroativo a janeiro e mais a promessa de 5,4% para o final de novembro,
sem garantir o retroativo a janeiro. Vejam só: a inflação oficial de 2015 foi
de 10,67% e o prefeito deseja que de janeiro a novembro de 2016, nós professores aceitemos um reajuste de
apenas 5%. O governo tenta justificar sua proposta alegando a crise, entretanto,
ele não diz que o salário do professor é bancado por recursos
constitucionalmente vinculados à educação e que são repassados para a conta do
FUNDEB (FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO E DE VALORIZAÇÃO DOS
PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO). Os extratos da conta desse fundo, disponibilizados
pelo Banco do Brasil, demonstram que não faltam recursos para pagar o reajuste
de 11,36%, determinado pelo Ministro da Educação, no inicio do ano. O reajuste do
piso salarial dos professores é assegurado pela lei federal nº 11.738/08 e deve
acontecer, anualmente, no mês de janeiro. O prefeito Edivaldo, pelo quarto ano
seguido, rasga essa Lei Federal e viola o direito dos professores.
Ressaltamos ainda que ao término da
greve de 106 dias, que aconteceu em 2014, o prefeito assinou um TAC (Termo de
Ajustamento de Conduta), junto ao Ministério Público Estadual, comprometendo-se
a resolver os problemas da educação na época. Hoje, quase 2 anos após a
assinatura desse TAC, praticamente nada foi cumprido e os problemas da educação
municipal de São Luís foram agravados.
Além da questão salarial, nosso movimento grevista reivindica:
1. Reformas,
ampliações das escolas da rede municipal de ensino;
2. Construção de todas
as escolas, creches e quadras poliesportivas prometidas pelo prefeito;
3. Seguranças para as
escolas;
4. Garantia do
oferecimento diário da alimentação escolar;
5. Garantia do oferecimento
diário do Transporte escolar;
6. Fardamento escolar;
7. Material didático e
de expediente necessários às atividades escolares;
8. Concurso público
para todos os profissionais da educação municipal;
9. Eleição direta para
gestor escolar;
10. Conclusão do
processo de reestruturação do PCCV e Estatuto do Magistério;
11. Garantia do
pagamento dos retroativos referentes à concessão dos direitos estatutários;
12. Exigimos
transparência na aplicação de todos os recursos públicos destinados à SEMED;
13. Exigimos
transparência na aplicação dos recursos públicos destinados à reforma,
ampliação ou construção de unidades de ensino;
14. Nomeação e posse
dos representantes dos professores no conselho do FUNDEB;
15. Atualização do
pagamento salarial dos trabalhadores terceirizados da educação;
É necessário compreender que, se os Profissionais da Educação não são
prioridades, então a educação pública e a escola pública também não são prioridades
do governo de plantão. Logo, você e seu/sua filho/a também não são prioridades
do governo de Edivaldo Holanda Jr. Convidamos você a participar conosco das
manifestações públicas de protesto e reivindicação que acontecerão ao longo do
movimento de luta em defesa da escola pública municipal de São Luís.
Por fim, solicitamos o apoio de todos, para juntos potencializarmos o movimento de luta em defesa da educação pública de qualidade
para nossas crianças e adolescentes. Para que a luta não se estenda por muito
tempo, precisamos intensificá-la e, nesse caso, quanto mais atores sociais tivermos
envolvidos na defesa da escola publica, mais rápido encontraremos uma solução
para esses problemas.
COMANDO DE GREVE - SINDEDUCAÇÃO
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