Quanto ganha um professor no Brasil?

Quanto ganha um professor no Brasil?

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Começa no próximo domingo o mês de outubro, período em que é celebrado o Dia dos Professores, efeméride importante para chamar a atenção para a realidade profissional daqueles que são responsáveis por ajudar crianças e jovens a construir o próprio conhecimento.
Mas esquadrinhar a profissão docente não é tão simples. Entre fatores mais objetivos e outros nem tanto, um complexo mosaico compõe a valorização desse profissional na sociedade, desde dimensões como o prestígio social até as condições ideais no ambiente de trabalho, passando pela remuneração.
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Dentre os fatores objetivos, a média salarial é o dado mais revelador do reconhecimento do professor na sociedade brasileira. No País, a média salarial dos professores de Ensino Básico Público é de R$3.355,06, de acordo com dados de 2014 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que cruzou informações do Censo Escolar com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
O Observatório do Plano Nacional da Educação (OPNE), por outro lado, calcula o rendimento médio de professores com formação superior, de modo que seja possível compará-lo ao de outras áreas. Segundo tal recorte, os dados de 2015 revelam que o docente brasileiro ganha apenas metade dos salários de outros profissionais com o mesmo nível de escolaridade (R$ 3.846,00). Infelizmente, a média vem crescendo muito lentamente nos últimos dez anos, o que indica que a valorização salarial ainda deixa a desejar.
Sob outra perspectiva, também com dados de 2015, conclui-se que o professor ganhava três vezes menos que os trabalhadores da área de exatas e duas vezes menos que os profissionais da saúde. Para efeito de comparação, comprar uma cesta básica em São Paulo naquele ano, por exemplo, dada a remuneração média por hora, exigiria do docente 11 horas a mais de trabalho do que um profissional de exatas.
Esse é apenas um panorama da situação. Uma investigação além das médias, sem dúvidas, revela realidades ruins e outras nem tanto que se concretizam em diferentes regiões e redes de ensino. A título de exemplo, de acordo com os dados do Inep, o rendimento médio das redes estaduais do Distrito Federal e do Pará são respectivamente, R$ 7.067 e R$ 10.038, enquanto em Mato Grosso é de R$1.996. Em relação aos municípios, é possível observar uma grande variabilidade do preço/hora da remuneração docente, como R$ 68,42, em Porto Alegre (RS), e R$ 4,47, em Miranda do  (MA).
Em resumo, em termos de remuneração, há um longo caminho a ser percorrido para que todos os professores tenham qualidade de vida. Quanto menor a remuneração, mais horas eles têm de trabalhar e, consequentemente, mais turmas eles têm de atender, por vezes, em escolas diferentes. Quanto mais turmas, maior a média de alunos por professores, maior o estresse, e menor o tempo para a formação profissional continuada. Fica escasso, também, o tempo para a ampliação da própria bagagem cultural, para o lazer e para a própria família.
Dessa matemática, fica a lição que esse é um problema de todos nós. De uma maneira ou de outra, todos já estivemos na condição de aluno - neste momento, 39,6 milhões de brasileiros vivenciam essa situação nas escolas públicas. São esses brasileiros que conduzirão o País no futuro próximo. Ao olharmos para eles, devemos olhar também para seus professores.

Fonte: Estadão

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